quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

RESIDENCIA MÉDICA DE PEDIATRIA E ÁREAS DE ATUAÇÃO

Formação e áreas de atuação da pediatria

28/11/ 11- A SBP e a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), do MEC e do Ministério da Saúde, se reuniram, na última terça-feira, em São Paulo, para conversar sobre os pleitos da entidade em relação às áreas de atuação pediátricas. “O encontro foi muito produtivo. Chegamos a um bom termo”, comenta a diretora de Ensino e Pesquisa da Sociedade, dra. Sandra Grisi. A discussão ocorreu na Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), anfitrionada pelo presidente da filiada, dr. Clóvis Constantino. Pela CNRM, participaram a secretária executiva, dra. Maria do Patrocínio Tenório Nunes, e também os drs. Edinaldo da Fonseca Lemos, Ramiro Anthero de Azevedo e Ana Cristina Ribeiro Zollner, que é ainda 2º secretária da SPSP.
“Há algum tempo vimos encaminhando a solicitação de melhoria da formação, com ampliação dos programas e do tempo de residência de um para dois anos. Já inclusive fomos atendidos em algumas, como Neonatologia, Nefrologia, Hematologia Pediátricas e Terapia Intensiva. Em outras, como Gastroenterologia, Nutrologia, Endocrinologia, Alergia-Imunologia e Cardiologia Pediátricas, ainda não”, informa o dr. Dennis Burns. “O fato é que a tecnologia envolvida cresceu consideravelmente nos últimos tempos e um ano já não é suficiente para que o médico tenha o contato com a prática, o treinamento que fará com que adquira as competências necessárias”, frisa, acrescentando que essa também foi a posição dos representantes da CNRM.
Dra. Maria Marluce Vilela, responsável pela Qualificação e Certificação Profissional, assinala a importância das doenças crônicas hoje no perfil de morbidade na infância e adolescência, lembrando que “um ano é muito pouco para o aprendizado de uma assistência com resolutividade, no caso de muitas patologias. São exigidos do médico habilidades, experiência e conhecimentos cada vez mais complexos”. Por isso, relata a diretora, “vimos trabalhando, desde o início da gestão do dr. Eduardo, dando prosseguimento e ampliando as solicitações que a SBP faz desde 2006”.
Dra. Marluce acrescenta que os integrantes dos Departamentos Científicos foram consultados e que a posição pela ampliação do conteúdo e do tempo de residência é unânime. “Vários participaram da reunião com a CNRM, em São Paulo”, disse, se referindo aos DCs das áreas de Alergia, Cardiologia, Endocrinologia, Gastroenterologia, Infectologia, Nefrologia, Nutrologia, Pneumologia, Oncohematologia e Reumatologia. Para o dr. Luiz Anderson Lopes, diretor da SBP também presente, o encontro foi uma “boa oportunidade, junto à CNRM, de esclarecimento e acerto de orientações. “Nos foi solicitado que os argumentos científicos da SBP, sobre os quais há unanimidade, sejam estruturados de maneira a configurar uma proposta sólida também administrativamente, com os detalhamentos necessários, que possa ser apresentada aos órgãos deliberativos, reforçando o que já foi encaminhado há alguns anos”.
Os três anos e a valorização da pediatria
Outro ponto ressaltado pelos diretores da Sociedade foi o fato da pediatria “ser indivisível”: “as áreas de atuação garantem o aprofundamento dos conhecimentos por aqueles já formados como clínicos gerais da medicina da infância e adolescência. Esse é o nosso especialista, aquele que conhece a criança como um todo, entende profundamente do crescimento e do desenvolvimento do indivíduo e continua estudando o impacto das patologias representadas pelas áreas de atuação”, salienta o dr. Dennis, lembrando que para a atualização da formação do pediatra a SBP defende a residência em três anos. “A Sociedade não abre mão de qualificar o clínico”, garante o diretor, assinalando que a posição integra a política de valorização profissional . “O treinamento deve incluir as mudanças sociais ocorridas, com as novas famílias e as questões do comportamento. O pediatra precisa orientar muito bem as mães”, complementa a dra. Marluce.
Sobre o prolongamento dos estudos, dr. Dennis argumenta que não atrapalha a assistência das crianças, porque a grande maioria dos pediatras estuda e trabalha com a clínica geral e apenas cerca de 30% decide continuar a formação em uma das áreas. Dra. Marluce ressalta: Achei muito importante esse diálogo com a CNRM. Seus dirigentes têm muitas atividades, desafios e vieram ouvir o pediatra”, elogia. Agora, “vamos elaborar o documento solicitado e encaminhá-lo a tempo de que possa ser apreciado na plenária da Comissão, marcada para 13 e 14 de dezembro”, conclui o dr. Dennis.


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RESIDENCIA MÉDICA DE PEDIATRIA EM 3 ANOS

Do Portal da SBP - www.sbp.com.br

SBP apresenta ao ministro residência em pediatria de três anos

21/11/11- A diretoria da SBP levou ao ministro da Saúde, dr. Alexandre Padilha, proposta de ampliação do programa e do tempo de residência em pediatria para três anos. Participaram da audiência, em Brasília, na quinta-feira (foto), os drs. Eduardo Vaz, Fabio Ancona, vice-presidente, Marilene Crispino, secretária-geral, Sandra Grisi, diretora de Ensino e Pesquisa, e Diolécio Campos Jr., responsável pelos Assuntos Parlamentares. Pelo Ministério, estavam também os drs. Helvécio Miranda, Secretário de Atenção à Saúde e Milton Arruda, Secretário de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde.
“Conversamos sobre a necessidade de valorização da pediatria no Brasil. Informei ao ministro que nossa posição está exatamente dentro desse contexto, com a lógica de termos um profissional com visão abrangente, capaz de realizar diagnósticos precocemente, de assistir de maneira correta, orientar a família não apenas do ponto de vista físico, mas também emocional, como é exigido nos novos tempos”, diz o presidente da Sociedade. “Argumentamos sobre a necessidade de atualizar a formação do pediatra, de acordo com os avanços científicos e a nova realidade epidemiológica do País”, relata a sra. Sandra. “O ministro se mostrou muito sensível ao pleito, considerando coerente a argumentação da Sociedade, com disposição de avaliar a possibilidade de apoiá-la”, acrescenta. “Apenas terá que conciliar a posição positiva que revelou com restrições colocadas por um de seus assessores na reunião e que ainda persistem em instâncias intermediárias. O ministro Padilha prometeu se reunir com a equipe, a fim de evoluir na definição”, salienta o dr. Dioclécio.
Representante da SBP no Global Pediatric Education Consortium (GPEC) - aliança que reúne sociedades nacionais de países como China, Japão, Alemanha, as Academias Americana, Europeia, a Associação Internacional de Pediatria - dr. Dioclécio adiantou ao ministro que, em breve, será publicado em The Lancet texto que trará “toda a informação sobre a realidade da formação pediátrica nos vários países, incluindo o Brasil, que é exatamente onde está a situação mais preocupante, pois é um dos poucos ainda com residência de apenas dois anos”. O objetivo da instituição é “elaborar um currículo básico mundial para o ensino da medicina da infância e da adolescência”, comentou.
Outra questão levantada pelo representante da SBP no GPEC é a “situação privilegiada que há aqui, pelo fato da pediatria não ter se fragmentado no século passado, como ocorreu em muitas nações, em decorrência da hiperespecialização e da incorporação acrítica de tecnologia, pressionada pela indústria e em detrimento da clínica geral. Essa situação hoje está sendo rediscutida, para um retorno à atenção baseada na prevenção, na puericultura, até porque, do contrário, não há orçamento que seja capaz de proporcionar acesso universal à saúde”.
Sobre a situação da pediatria hoje, dr. Eduardo informou também ao ministro que, desde 2005 -, período que coincide com o crescimento do trabalho de defesa profissional da entidade -, a procura pela especialidade tem aumentado entre os estudantes. “O que observamos é que hoje os Programas de Residência em Pediatria em geral estão com suas vagas preenchidas. Podemos garantir também que voltou a crescer o interesse pelo Título de Especialista em Pediatria (TEP). Mas não podemos nos descuidar das providências necessárias para a contínua valorização profissional. A SBP vai permanecer firme, em seu propósito de aprimorar a formação, adequando-a ao atendimento das demandas de saúde dos pacientes. Seguiremos também defendendo a melhoria das condições de trabalho do pediatra”, garante o dr. Eduardo.

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A IMPORTANCIA DA PEDIATRIA NO BRASIL

Do Portal da SBP- www.sbp.com.br


Especialidades básicas reúnem 37,62%

Dezembro 2011 - Nº 203

Os pediatras estão no topo do ranking brasileiro de número de médicos especialistas, reunindo 27.232 profissionais e representando 13,31% do universo de titulados. Em segundo lugar, os especialistas em Ginecologia e Obstetrícia (22.815 profissionais, representando 11,15%). Juntas, essas especialidades compõem quase um quarto (24,46%) de todos os profissionais titulados no Brasil.
Ainda de acordo com o censo brasileiro de médicos especialistas e generalistas, um dos resultados da pesquisa “Demografia médica no Brasil: dados gerais e descrições de desigualdades”, do Conselho Federal de Medicina (CFM), é o de que as especialidades básicas (Cirurgia Geral, Clínica Médica, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, e Medicina de Família e Comunidade) reúnem 37,62% dos especialistas – número significativo, considerando que há ainda outras 48 especialidades reconhecidas pelo CFM em sua Resolução 1.973/11.
Os profissionais dessas cinco áreas, somados aos generalistas (ambos essenciais à atenção primária), representam 65,62% dos médicos brasileiros. Respondendo pela maior parte dos agravos à saúde, os generalistas, com os especialistas titulados em especialidades básicas, são os responsáveis pelo atendimento médico primário, que constitui o primeiro ponto de contato dos pacientes com o sistema de saúde.
“Esses dados nos fazem crer que talvez haja um foco distorcido ao pensar em uma possível desassistência da população em decorrência do número de médicos especializados. Nos dão subsídios para ponderar que o problema da carência, na verdade, é a má distribuição de profissionais. O número de 22.815 especialistas em Ginecologia e Obstetrícia me parece bastante razoável se houvesse uma distribuição equânime”, aponta o presidente da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Etelvino de Souza Trindade.
Trindade aponta, ainda, que os profissionais concentram- se nos grandes centros porque temem a falta de recursos de apoio em locais afastados. “Acredito que a inserção de especialistas, principalmente em áreas básicas, em regiões onde são deficitários, implicaem uma carreira de Estado com remuneração adequada e possibilidade de progressãoprofissional e técnica”, avalia.
O presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Eduardo da Silva Vaz, também considera que a alegada falta de médicos nas especialidades básicas não é problema numérico, mas sim “de política de saúde para o setor público e o privado”. Em sua experiência como representante de 27.232 profissionais, aponta que muitos pediatras fecharam seus consultórios e estão trabalhando parcialmente na especialidade, pela falta de condições de trabalho e remuneração adequadas. “Não há falta de pediatras, mas sim falta de valorização”, destaca.

Comentário: Concordo com o presidente da SBP, Dr. Eduardo Vaz, que o problema para a dificuldaded de contratação de pediatras não é a falta do especialista e sim a falta de condições e remuneração adequada. O Censo demonstra a importancia da Pediatria no Brasil.
A ausencia de pediatras no interior do Brasil ( como também de outras especialidades) ocorre devido à total insegurança em relação ao futuro de sua atuação na cidade escolhida, principalmente pela interferencia de prefeitos na atuação médica.
Pela carreira federal de médico, já!

Conquistas importantes em Minas.

Do portal da SBP - www.sbp.com.br

Puericultura e avanços na defesa profissional em Minas

13/01/12 - A Sociedade Mineira de Pediatria (SMP) está em luta pela valorização profissional e a Regional Oeste acaba de obter importantes conquistas. O Atendimento Ambulatorial de Puericultura será remunerado pela Unimed Divinópolis com porte 3B (Código CBHPM: 10106146, no valor de R$124,00), conforme conquistado pela SBP, para acompanhamento das crianças de até cinco anos de idade. A informação é do dr. Nôzor Galvão, presidente da Regional, que se reuniu com a diretoria da singular no início de janeiro. O atendimento à gestante no 3º trimestre (Código CBHPM: 10106049, porte 2 B) e o Teste do Reflexo Vermelho (Código CBHPM: 41301471, porte 1C) já estão sendo pagos pela cooperativa.
Desde o início do ano, os pediatras da Regional estão atendendo os usuários de planos de saúde em caráter particular. “A Unimed Divinópolis comprometeu-se a continuar negociando a adoção do Tratamento Clínico Ambulatorial em Pediatria (TCAP)”, salientou o dr. Nôzor, acrescentando que a assembleia dos cooperados decidiu , para por fim às glosas dos ‘retornos’ indevidamente assim nomeados - uma questão já normatizada pela ANS -, justificar em modelo próprio para o seu pagamento as consultas com intervalo menor de 30 dias. Além disso, o atendimento dos clientes da cooperativa será retomado pela guia e em março nova assembleia discutirá o valor de R$80,00 para a consulta comum. Quanto às demais operadoras, a assistência aos pacientes continua sendo realizada de forma particular, cobrados os valores de R$73 a consulta comum e R$124 o Atendimento Ambulatorial de Puericultura.
Pode ocorrer em todo o Brasil
O presidente da SMP, dr. Paulo Poggliali, elogia o fato dos pediatras da Regional estarem levando à prática as estratégias que vem sendo discutidas no estado: “Nôzor tem vindo a Belo Horizonte para as reuniões sobre a defesa profissional. Os colegas se uniram e estão de parabéns. A Unimed é, inclusive, o maior plano de saúde de Minas e o exemplo é muito positivo”, disse. O diretor de Defesa Profissional da SBP, dr. Milton Macedo, também reforça ser esse “o caminho certo”. Para o dr. Eduardo Vaz, é importante que a notícia vinda agora de Divinópolis seja encarada como reflexão e estímulo: “O Atendimento Ambulatorial de Puericultura foi incluído na CBHPM em 2010. A implantação pode ocorrer em todo o País. Só depende de nós, da mobilização de cada pediatra. É essencial que todos se empenhem”, finaliza.

COMENTÁRIO:
Muito importante essa mobilização. Não minimizo as conquistas obtidas. Não é fácil conseguir algo de convenios, planos e seguradoras de saúde. Contudo, mantenho a atitude de não abrir mão da consulta particular. Esta atitude é , a meu ver, a única e permanente saída para a classe médica. Sem intermediários entre nós e os pacientes.