quarta-feira, 14 de março de 2012

VITÓRIA NO RIO GRANDE DO SUL

Pediatria do RS tem vitória contra glosa indevida de consultas

13/03/12-


A operadora Sul América foi multada em R$56 mil reais pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), por não remunerar consultas de pediatria denominadas indevidamente "de retorno". A decisão, publicada no final de fevereiro, foi uma resposta à denúncia da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), referente ao ocorrido com associado. “Há anos vimos lutando contra glosas improcedentes. Já havíamos solicitado orientação à ANS sobre o assunto e decidimos que, sempre que isso ocorresse, denunciaríamos. Temos pedido aos colegas que nos comuniquem os problemas, com cópias dos extratos e organizados por operadora. Encaminhamos a documentação à ANS local”, informa o dr. Marcelo Porto, diretor de Defesa Profissional da SPRS. Segundo a lei de regulamentação dos planos de saúde, “a operadora não pode limitar o número de consultas”, lembra o dirigente. Além disso, a SBP defende que este ônus, de quando é necessária mais de uma anamnese em curto espaço de tempo, não pode ser computado ao médico – portanto, se o paciente vai ao consultório com novos sintomas, o pediatra deve atender e ser remunerado por isso. Dr. Marcelo Porto e Milton Macedo em Fórum de Defesa Profissional da SBPSalientando que a representação da filiada “reforça a legitimidade” da denúncia, dr. Marcelo alerta que essas são situações nas quais o pediatra “defende seus direitos” e costuma aumentar seu rendimento no consultório “em cerca de 30 %”. Há casos inclusive, como ocorreu também recentemente em Porto Alegre, “nos quais a própria operadora prefere se adiantar e pagar as consultas antes glosadas, do que esperar um veredicto da ANS e ter que arcar também com a multa”, diz. Para o diretor de Defesa Profissional da SBP, dr. Milton Macedo, a atitude da SPRS deve servir como exemplo para todo o País: “A filiada do Rio Grande do Sul tem conseguido avanços significativos na luta pela valorização da pediatria. Isso ocorre exatamente porque os colegas são atentos, atuantes. Embora existam normas da ANS, do CFM e também a CBHPM, diversas operadoras ainda insistem em desobedecê-las, com práticas abusivas. Precisamos fazer valer nossos direitos”, conclama. Denúncias são recebidas por telefone, pelo Disque ANS 0800 7019656; pessoalmente, através dos Núcleos da ANS que existem em 12 cidades, ou ainda na Central de Atendimento do consumidor, no www.ans.gov.br (formulário de atendimento online). Dúvidas podem ser enviadas por e-mail para sbp@sbp.com.br (assunto “Defesa Profissional”).
Fique atento e participe do movimento de valorização da pediatria!
. Leia a íntegra da decisão da ANS – Núcleo Rio Grande do Sul, aqui.

. Relembre a definição de consulta da CBHPM (5ª edição/ em vigor desde outubro de 2008) e que está no portal da SBP, em Defesa profissional.
Fonte: Portal da SBP- www.sbp.com.br

Comentário:
Acredito que são vitórias importantes na complexidade do processo de luta por melhor remuneração. Contudo, são vitórias temporárias.Logo, necessitaremos de outras batalhas. A solução está na libertação definitiva das operadoras de saúde.

terça-feira, 13 de março de 2012

GUIA DE DIREITOS CONTRA OS ABUSOS PRATICADOS PELAS OPERADORAS

Entidades definem data de mobilização na busca da valorização médica na Saúde Suplementar

Movimento médico dá “cartão de alerta” às operadoras e define 25/04 como dia nacional de mobilização 05/03/2012

No dia 25 de abril, um grande ato de mobilização será realizado pelos médicos brasileiros. Na busca pela valorização do profissional, essa será uma das ações do movimento médico para 2012 no setor de saúde suplementar. As estratégias foram definidas na última sexta-feira (2), durante reunião ampliada da Comissão Nacional de Saúde Suplementar (COMSU), realizada em São Paulo, na sede da Associação Paulista de Medicina. Cerca de 150 lideranças médicas participaram do debate, entre elas, entidades médicas nacionais, sindicatos, conselhos regionais, associações médicas estaduais e sociedades de especialidade nacionais. A Federação Nacional dos Médicos compareceu com representantes de toda sua executiva.Durante a ocasião, o plenário avaliou os avanços obtidos com o movimento de 7 de abril de 2011, considerado histórico no movimento médico. Entretanto, representantes da categoria destacam que ainda há muito o que fazer para atingir um equilíbrio satisfatório na relação entre médicos e operadoras de planos de saúde. Um destaque nas discussões girou em torno na situação das Unimeds que, apesar de serem cooperativas médicas, são, de fato, operadoras de planos de saúde e agem como tal. "Não há como diferenciá-las em termos de tratamento, caso remunerem de forma vil seus médicos cooperados," destacou o secretário de Comunicação da FENAM, Waldir Cardoso. Cartão AmareloOs integrantes votaram ainda uma moção de "cartão amarelo" para as operadoras, como uma advertência àquelas que pagam mal aos médicos, interferem na relação médico-paciente e fazem exigências absurdas, como por exemplo, utilizar a contratação de médicos apenas como pessoa jurídica.CartilhaDurante o evento, o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CREMESP) lançou a cartilha "Os médicos e os planos de saúde: Guia de direitos contra os abusos praticados pelas operadoras" , resultado do trabalho coordenado pelo atuante colega e atual presidente do CREMESP, Renato de Azevedo Júnior. O livro aborda os principais problemas dos médicos com as OPS como a recusa ou demora para autorizar exames e procedimentos; limitação de pedidos de exames; remuneração em valores irrisórios ou pré-fixados (os famigerados "pacotes"); glosas arbitrárias; descredenciamento imotivado, dentre outros. A publicação aborda ainda a omissão da Agência Nacional de Saúde (ANS) que não cumpre seu papel de regular adequadamente a relação entre operadoras e prestadores de serviços. O material já está disponível no site da FENAM. ReivindicaçõesA pauta básica de reivindicações também foi definida. Abrange o foco no reajuste de procedimentos, sem deixar de manter a luta pela valorização da consulta médica. O valor de R$ 80,00 foi estabelecido como referência básica e mínima para a consulta médica. Outra definição é lutar "de forma intransigente" pelo estabelecimento de contratos coletivos de trabalho entre operadoras e entidades médicas que contenham, além de outras cláusulas, índice e periodicidade de reajuste definidos. Outra meta é discutir com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) a adoção da CBHPM, como referencial para a hierarquização dos procedimentos integrantes do Rol de Procedimentos da ANS e trabalhar no Congresso Nacional pela tramitação dos projetos de lei que tratam da CBHPM e são do interesse da categoria médica. Fonte : Taciana Giesel, com informações de Waldir Cardoso.
Fonte: Site da FENAM.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

MEDICINA MAL CONHECIDA

MEDICINA MAL CONHECIDA

Augusto Sampaio

"Recuperação da relação plena entre médico e paciente" - "busca da autonomia dessa relação", são as expectativas do pediatra Fernando Barreiro em seu artigo sobre o 35o Congresso Brasileiro de Pediatria. Além dele, outros vivem preocupados com a eterna crise da saúde, a falta de verbas e a ideia de exumar uma heterodoxia mal utilizada, a CPMF. Será possível enfrentar doenças sem dar aos médicos as condições que lhes permitam exercer os cuidados primários, sobretudo junto aos mais carentes? Ter e manter hospitais com altas tecnologias é ótimo, claro, mas não consegue resolver eficazmente as queixas nossas de cada dia. É um equívoco controlar custos e esperar resultados pagando mal aos que atendem àqueles que devem voltar logo ao trabalho para consumir e gerar riquezas. Quanto pode custar uma gripe forte seguida de modo incompleto, e demais queixas, sem acompanhamento, não apenas a consulta? E o custo do sofrimento? Negar aos médicos uma carreira funcional e um salário digno tem sido, repito, um grande erro. A arrecadação de impostos só se tornou eficiente depois da plena informatização da Receita Federal, e dos concursos públicos com a melhoria salarial dos auditores, acenados que foram por aposentadorias decentes. Outro erro é insistir na impessoalidade do atendimento aos males cotidianos, tornando quase impossível ao paciente ser revisto pelo mesmo médico. Escutar e cuidar do doente pode dar certo se o método usado não colidir com os fundamentos da relação médico/paciente. A criação de médicos de família é uma boa tentativa do poder público, mas é importante dizer que a fluidez dos cuidados primários é maior e, por isso, tende a ser mais eficaz na clínica privada. Concordo que saúde é um dever do Estado, mas jamais poderá haver estatização completa numa economia capitalista; nem na China. Se nós temos seguro-saúde privado, e excelentes hospitais que não pertencem ao governo, já é hora de os médicos voltarem a ser profissionais liberais sem descuidar do excelente projeto de aperfeiçoamento do SUS visando as patologias de maior complexidade. Pelo contrário, a convivência com a classe médica fortalecida reduzirá a demanda ambulatorial que hoje estiola verbas e gera insatisfações. Se os que nos governam podem ter clínicos pessoais, ao povo também deve ser facilitada essa opção possível. É preciso mudar o modo de atender o paciente e voltar a ser viável conviver com a evolução do seus males desde o começo. Por que não estimular a formação de clientela dos médicos? Os ambulatórios, salvo os de destinação pedagógica nas faculdades, vivem superlotados e usados mais como pronto-atendimentos. Nos casos que exigem acompanhamento e exames complementares, é difícil os resultados serem avaliados pelo mesmo médico que os requisitou. Essa metodologia de assistência individual costuma atrasar a solução de problemas ainda no início, incrementando hospitalizações, em geral onerosas para os cofres da nação. O atual sistema funciona, é verdade, mas habitualmente frustra e até faz sofrer os que não têm oportunidade de se vincular a um médico. Além disso, desestimula o profissional que quer mas não consegue se aprofundar no caso por ser difícil rever o paciente perdido nos descaminhos de um retorno indeterminado, salvo as exceções de praxe. É comum casos mais demorados serem transferidos para um especialista, ou seja, nova espera, agora somada à segmentação do corpo pela sistemática de um problema que ainda poderia continuar com um clínico geral. Este pecado estimula a crise da saúde, e isso ajuda a inaugurar hospitais pela ideia de que tudo vai melhorar. Mas a lua de mel é curta pelo volume da procura e a impessoalidade entre médico e paciente. É nítida a pouca vocação dos hospitais para os pequenos males que podem evoluir, inclusive nos postos de saúde. Dor de cabeça prolongada, tosses que não passam, dor nas costas que não acaba etc. porque não são recentes podem complicar e sair bem caro por conta das dificuldades do processo. Valerá a pena dar sugestões.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

PARA PENSAR, REFLETIR E DECIDIR.

Médicos versus planos de saúde
Dr. Dráuzio Varella


Médicos que vivem da clínica particular são aves raríssimas. Mais de 97% prestam serviços aos planos de saúde e recebem de R$ 8 a R$ 32,00 por consulta. Em média, R$ 20.

Os responsáveis pelos planos de saúde alegam que os avanços tecnológicos encarecem a assistência médica de tal forma que fica impossível aumentar a remuneração sem repassar os custos para os usuários já sobrecarregados. Os sindicatos e os conselhos de medicina desconfiam seriamente de tal justificativa, uma vez que as empresasnão lhes permitem acesso às planilhas de custos.Tempos atrás, a Fipe realizou um levantamento do custo de um consultório-padrã o, alugado por R$ 750 num prédio cujo condomínio custasse apenas R$ 150 e que pagasse os seguintes salários: R$ 650 à atendente, R$ 600 a uma auxiliar de enfermagem, R$ 275 à faxineira e R$ 224 ao contador.Somados os encargos sociais (correspondentes a 65% dos salários), os benefícios, as contas de luz, água, gás e telefone, impostos e taxas da prefeitura, gastos com a conservação do imóvel, material de consumo, custos operacionais e aqueles necessários para a realizaçãoda atividade profissional, esse consultório-padrã o exigiria R$ 5.179,62 por mês para sua manutenção.
Voltemos às consultas, razão de existirem os consultórios médicos.Em princípio, cada consulta pode gerar de zero a um ou mais retornos para trazer os resultados dos exames pedidos. Os técnicos calculam que 50% a 60% das consultas médicas geram retornos pelos quais os convênios e planos de saúde não desembolsam um centavo sequer.Façamos a conta: a R$ 20 em média por consulta, para cobrir os R$ 5.179,62 é preciso atender 258 pessoas por mês. Como cerca de metade delas retorna com os resultados, serão necessários: 258 + 129 = 387atendimentos mensais unicamente para cobrir as despesas obrigatórias.Como o número médio de dias úteis é de 21,5 por mês, entre consultas e retornos deverão ser atendidas 18 pessoas por dia!Se ele pretender ganhar R$ 5.000 por mês (dos quais serãodescontados R$ 1.402 de impostos) para compensar os seis anos de curso universitário em tempo integral pago pela maioria que não tem acesso às universidades públicas, os quatro anos de residência e a necessidade de atualização permanente, precisará atender 36 clientes todos os dias, de segunda a sexta-feira. Ou seja, a média de 4,5 pacientes consultados por hora, num dia de oito horas ininterruptas.
Por isso, os usuários dos planos de saúde se queixam: "Os médicos não examinam mais a gente"; "O médico nem olhou a minha cara, ficou de cabeça baixa preenchendo o pedido de exames enquanto eu falava"; "Minha consulta durou cinco minutos".
É possível exercer a profissão com competência nessa velocidade?Com a experiência de quem atende doentes há quase 40 anos, posso garantir-lhes que não é.
O bom exercício da medicina exige, além do exame físico cuidadoso, observação acurada, atenção à história da moléstia, à descrição dos sintomas, aos fatores de melhora e piora, uma análise, ainda que sumária, das condições de vida e da personalidade do paciente.
Levando em conta, ainda, que os seres humanos costumam ser pouco objetivos ao relatar seus males, cabe ao profissional orientá-los a fazê-lo com mais precisão para não omitir detalhes fundamentais.. A probabilidade de cometer erros graves aumentaperigosamente quando avaliamos quadros clínicos complexos entre 10 e 15 minutos.
O que os empresários dos planos de saúde parecem não enxergar é que, embora consigam mão-de-obra barata - graças à proliferação de faculdades de medicina que privilegiou números em detrimento da qualidade -, acabam perdendo dinheiro ao pagar honorários tão insignificantes: médicos que não dispõem de tempo a "perder" com asqueixas e o exame físico dos pacientes, pedem exames desnecessários.Tossiu? Raios X de tórax. O resultado veio normal? Tomografia computadorizada. É mais rápido do que considerar as características do quadro, dar explicações detalhadas e observar a evolução. E tem boa chance de deixar o doente com a impressão de que está sendo cuidado.A economia no preço da consulta resulta em contas astronômicas pagas aos hospitais, onde vão parar os pacientes por falta de diagnóstico precoce, aos laboratórios e serviços de radiologia, cujas redes se expandem a olhos vistos pelas cidades brasileiras.
Por essa razão, os concursos para residência de especialidades que realizam procedimentos e exames subsidiários estão cada vez mais concorridos, enquanto os de clínica e cirurgia são desprestigiados.
Aos médicos, que atendem a troco de tão pouco, só resta a alternativa de explicar à população que é tarefa impossível trabalhar nessas condições e pedir descredenciamento em massa dos planos que oferecem remuneração vil.
É mais respeitoso com a medicina procurar outros meios de ganhar a vida do que universalizar o cinismo injustificável do "eles fingem que pagam, a gente finge que atende".O usuário, ao contratar um plano de saúde, deve sempre perguntar quanto receberão por consulta os profissionais cujos nomes constam da lista de conveniados.
Longe de mim desmerecer qualquer tipo de trabalho, mas eu teria medo de ser atendido por um médico que vai receber bem menos do que um encanador cobra para desentupir o banheiro da minha casa.
Sinceramente.
Dráuzio Varella

MOTIVOS NÃO FALTAM PARA O DESCREDENCIAMENTO

O colega pediatra Dr. Paulo Roberto Barroso escreveu um verdadeiro libelo a favor da autonomia do medico em relação aos planos de saúde. Leia abaixo, na íntegra.



7 BONS MOTIVOS PARA DESCREDENCIAR O SEU CONSULTÓRIO DE TODOS OS CONVÊNIOS


Dr Paulo Roberto T. Barroso



Você vai poder determinar quanto vale o seu trabalho. Se ele é realizado com a mesma dedicação, empenho e profissionalismo indistintamente com todos os seus pacientes, por que aceitar que sua a sua remuneração pela consulta médica varie de seguradora para seguradora?


Você receberá pelo seu trabalho no momento em que ele é realizado. Seguindo a máxima de que “a despesa não espera a receita”, e utilizando o raciocínio de que o seu paciente gera para o seu consultório despesas (telefonema para confirmar previamente a consulta, aluguel da sala, condomínio da sala, IPTU, TFF, luz elétrica, ar condicionado, assinatura das revistas da recepção, material de limpeza, material de escritório, desgaste do mobiliário, fora, é claro, o custo trabalhista da sua secretária) antes de gerar a receita, por que somente receber pela sua consulta após 30, 60 e até 90 dias?

Você com certeza receberá pelo seu trabalho. Por que ter as despesas citadas acima, realizar o seu trabalho dignamente, e correr o risco de receber uma bela glosa por não ter colocado o CID corretamente no espaço reservado ao mesmo no canto inferior esquerdo do impresso da fatura?

Você determinará se uma visita ao seu consultório é uma revisão ou uma nova consulta. Por que não receber nada pelo seu trabalho se a visita anterior do paciente, há 25 dias, tinha como queixa uma IVAS, e a de hoje é um quadro diarréico?

Você saberá exatamente quanto o seu consultório rendeu todos os meses. Por que fazer malabarismos matemáticos, levando em conta inúmeras variáveis (valor de consulta, prazo de pagamento, pro-rata de cooperativa, risco de glosa de cada convênio), quando eu posso saber no último dia do mês exatamente quanto rendeu o meu trabalho?

Você terá finalmente uma recepcionista no seu consultório. Por que dividir a atenção de sua secretária com um sem-número de impressos, pedidos de autorização, faturas, quando você pode poupá-la para a mais nobre das funções: receber bem os seus pacientes?

Você poderá atender melhor aos seus pacientes. Por que atender de olho no relógio para poder dar conta das 12 a 15 consultas por turno necessárias para conseguir fazer o seu consultório rentável, se você pode atender com calma 5 a 6 pacientes, extraindo o melhor da sua medicina, com o mesmo resultado?


Você com certeza já deve ter pensado nos argumentos acima. Já deve ter pensado em como seria simplificar a administração do seu consultório, ter a certeza do seu recebimento no momento da consulta, poder exercer a pediatria de maneira mais calma, sem o corre-corre em que fomos forçados nos últimos anos a acreditar ser inevitável. Ter mais tempo para você, para a sua família. Poder reduzir a carga horária dos seus plantões de Pronto Socorro.
Isto é possível, sim. E esta é a hora.
Chegamos, todos nós pediatras, a um limite em que não podemos mais exercer a nossa medicina com a qualidade que as nossas crianças merecem. A corda está esticada até o limite, não há mais espaço sem que haja uma ruptura.
Colegas pediatras, em todo o nosso estado e no resto do Brasil, estão fechando os seus consultórios, pela simples constatação de que, nos moldes atuais, ele é inviável financeiramente.
A procura pela residência médica em pediatria continua baixa.
Os residentes, ao final do 2º ano, estão procurando mais as especialidades, preferencialmente neonatologia e terapia intensiva, pois existem vagas e boa remuneração para essas áreas devido à carência destes profissionais na rede pública.
Em pouco tempo, haverá um verdadeiro “desabastecimento” de consultórios de pediatria.
Diferentemente de outras especialidades médicas, as nossas consultas são mais demoradas. Os retornos são mais freqüentes. Não fazemos procedimentos cirúrgicos ou exames de imagem (historicamente melhor remunerados) para compensar os baixos valores pagos pelas operadoras pelas consultas.
Chegou o momento de corrigirmos todas estas distorções. Participe do nosso movimento: DESCREDENCIAMENTO TOTAL DOS PLANOS DE SAÚDE PARA CONSULTAS MÉDICAS ELETIVAS.
Converse com colegas que já se descredenciaram. Ouça as suas opiniões.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

EXEMPLOS DE LUTA

InfonetSE: Pediatria e os planos de saúde Pediatria:
Fonte: CNS.

Defensoria vai mover ação civil pública contra planos de saúde

O Núcleo de Saúde da Defensoria Pública de Sergipe (NUDESE) tem como atribuição a defesa da saúde dos usuários dos sistema Único de Saúde (SUS), assim como o sistema de saúde privado .Representantes de Planos de Saúde e Hospitais, Defensoria Pública do Estado, Ministério Publico e OAB, atendendo ao Movimento SOS Criança, se reuniram no dia 06, em sessão especial na Câmara de Vereadores. O objetivo, segundo o defensor público e membro do Núcleo de Defesa da Saúde (NUDESE), Murilo de Souza Silva, visa obrigar o atendimento pediátrico pelos planos de saúde em todo Estado. “Vários hospitais particulares em Sergipe suspenderam o atendimento, e hoje só permanece a Clínica Pimpolho e o Hospital da Unimed”, explicou o defensor público. O Núcleo de Saúde da Defensoria Pública de Sergipe (NUDESE) tem como atribuição a defesa da saúde dos usuários dos sistema Único de Saúde (SUS), assim como o sistema de saúde privado, desde que o usuário configure-se como hipossuficiente e que não se configure uma relação de consumo. “A atuação da Defensoria enquanto instituição só será permitida quando houver interesse de hipossuficiente. Em sendo assim, havendo uma situação de saúde e que não tenha como tema uma relação de consumo, nasce a atribuição do NUDESE. Além da atribuição para a apuração de demandas individuais, o NUDESE tem atribuição para demandas coletivas”, frisou Dr. Murilo. Para o defensor público, todos pagam os planos de saúde para ser atendido, o que não está funcionando na prática. “Eles não podem cruzar os braços, dizer que não tem pediatra e não vai atender. Nenhum plano comunicou o descredenciamento desses médicos, uma vez que a Lei obriga no caso de descredenciamento comunicar ao consumidor. Por isso, será ajuizada uma Ação Civil Pública (ACP) para que essa situação seja sanada e a população não seja prejudicada. Estamos à beira de um caos acerca da dengue e precisamos agir rápido”, alertou Dr. Murilo. A necessidade da Ação Civil Pública (ACP) se deu a partir de algumas situações ocorridas em alguns hospitais no atendimento pediátrico. “Diante dessa análise, iniciamos o procedimento e passamos a acompanhar a situação nesses hospitais em determinado momento, em especial os públicos e privados”, disse o defensor público. O plano de saúde, para o defensor público, tem que assumir o ônus. “É um tipo de serviço de utilidade pública e se esses planos prestam esse tipo de atividade têm que assumir as conseqüências. O que não pode é dizer que não vai atender ou vai atender da forma que eles quiserem. A partir do momento que essas entidades passam a oferecer esse tipo de atividade então tem que exercer e haver um controle pelo Estado”, ressaltou. O Ministério Público ajuizou uma ação civil pública contra os hospitais particulares de Aracaju, porém, o julgamento da ACP foi improcedente em primeiro grau e o Tribunal de Justiça entendeu que as Unidades de Saúde não têm obrigação de abrir a pediatria. Mas a promotora do MP, Euza Missano, recorreu da decisão e conclamou a população para que compareça ao TJ no dia julgamento da decisão. “Já existe essa ação do MP, mas ingressaremos com uma ACP contra os planos de saúde por entender que se o consumidor paga por esse atendimento o plano de saúde tem que prestar contas. Estamos prestando serviço à população em defesa da saúde que é uma das preocupações da Defensoria Pública do Estado. É importante para todos nós e para sociedade”, destacou Dr. Murilo de Souza.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

RESIDENCIA MÉDICA DE PEDIATRIA E ÁREAS DE ATUAÇÃO

Formação e áreas de atuação da pediatria

28/11/ 11- A SBP e a Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), do MEC e do Ministério da Saúde, se reuniram, na última terça-feira, em São Paulo, para conversar sobre os pleitos da entidade em relação às áreas de atuação pediátricas. “O encontro foi muito produtivo. Chegamos a um bom termo”, comenta a diretora de Ensino e Pesquisa da Sociedade, dra. Sandra Grisi. A discussão ocorreu na Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), anfitrionada pelo presidente da filiada, dr. Clóvis Constantino. Pela CNRM, participaram a secretária executiva, dra. Maria do Patrocínio Tenório Nunes, e também os drs. Edinaldo da Fonseca Lemos, Ramiro Anthero de Azevedo e Ana Cristina Ribeiro Zollner, que é ainda 2º secretária da SPSP.
“Há algum tempo vimos encaminhando a solicitação de melhoria da formação, com ampliação dos programas e do tempo de residência de um para dois anos. Já inclusive fomos atendidos em algumas, como Neonatologia, Nefrologia, Hematologia Pediátricas e Terapia Intensiva. Em outras, como Gastroenterologia, Nutrologia, Endocrinologia, Alergia-Imunologia e Cardiologia Pediátricas, ainda não”, informa o dr. Dennis Burns. “O fato é que a tecnologia envolvida cresceu consideravelmente nos últimos tempos e um ano já não é suficiente para que o médico tenha o contato com a prática, o treinamento que fará com que adquira as competências necessárias”, frisa, acrescentando que essa também foi a posição dos representantes da CNRM.
Dra. Maria Marluce Vilela, responsável pela Qualificação e Certificação Profissional, assinala a importância das doenças crônicas hoje no perfil de morbidade na infância e adolescência, lembrando que “um ano é muito pouco para o aprendizado de uma assistência com resolutividade, no caso de muitas patologias. São exigidos do médico habilidades, experiência e conhecimentos cada vez mais complexos”. Por isso, relata a diretora, “vimos trabalhando, desde o início da gestão do dr. Eduardo, dando prosseguimento e ampliando as solicitações que a SBP faz desde 2006”.
Dra. Marluce acrescenta que os integrantes dos Departamentos Científicos foram consultados e que a posição pela ampliação do conteúdo e do tempo de residência é unânime. “Vários participaram da reunião com a CNRM, em São Paulo”, disse, se referindo aos DCs das áreas de Alergia, Cardiologia, Endocrinologia, Gastroenterologia, Infectologia, Nefrologia, Nutrologia, Pneumologia, Oncohematologia e Reumatologia. Para o dr. Luiz Anderson Lopes, diretor da SBP também presente, o encontro foi uma “boa oportunidade, junto à CNRM, de esclarecimento e acerto de orientações. “Nos foi solicitado que os argumentos científicos da SBP, sobre os quais há unanimidade, sejam estruturados de maneira a configurar uma proposta sólida também administrativamente, com os detalhamentos necessários, que possa ser apresentada aos órgãos deliberativos, reforçando o que já foi encaminhado há alguns anos”.
Os três anos e a valorização da pediatria
Outro ponto ressaltado pelos diretores da Sociedade foi o fato da pediatria “ser indivisível”: “as áreas de atuação garantem o aprofundamento dos conhecimentos por aqueles já formados como clínicos gerais da medicina da infância e adolescência. Esse é o nosso especialista, aquele que conhece a criança como um todo, entende profundamente do crescimento e do desenvolvimento do indivíduo e continua estudando o impacto das patologias representadas pelas áreas de atuação”, salienta o dr. Dennis, lembrando que para a atualização da formação do pediatra a SBP defende a residência em três anos. “A Sociedade não abre mão de qualificar o clínico”, garante o diretor, assinalando que a posição integra a política de valorização profissional . “O treinamento deve incluir as mudanças sociais ocorridas, com as novas famílias e as questões do comportamento. O pediatra precisa orientar muito bem as mães”, complementa a dra. Marluce.
Sobre o prolongamento dos estudos, dr. Dennis argumenta que não atrapalha a assistência das crianças, porque a grande maioria dos pediatras estuda e trabalha com a clínica geral e apenas cerca de 30% decide continuar a formação em uma das áreas. Dra. Marluce ressalta: Achei muito importante esse diálogo com a CNRM. Seus dirigentes têm muitas atividades, desafios e vieram ouvir o pediatra”, elogia. Agora, “vamos elaborar o documento solicitado e encaminhá-lo a tempo de que possa ser apreciado na plenária da Comissão, marcada para 13 e 14 de dezembro”, conclui o dr. Dennis.


Comentário: E voce, Pediatra, Residente de Pediatria e estudante, o que acham da proposta da SBP? Opine.